Que histórias você anda se contando por ai?

A pior das mentiras não são essas que contam pra gente, mas a que contamos pra nós mesmos... Em que você acredita? Quais são os seus valores? Quem são as pessoas que você admira? Essas são perguntas que me faço constantemente mas não foi fácil perceber o quanto esse questionamento era tão importante... Foi em um dia de chuva em Londres (grande novidade... dá pra contar nos dedos quando NÃO chove por lá), em um pequeno studio em Cricklewood que me dei conta, depois de quase 6 anos longe do Brasil que eu estava me contando uma história no mínimo curiosa. Foi quando me perguntei "De onde eu tirei a idéia de que me casar com um polonês e morar em um outro pais longe de tudo e todos seria uma idéia genial"? Sim, inicialmente era, era uma idéia incrível na verdade... Imaginava cenas de cinema, me imaginava com um filho de olhos azuis, me imaginava recebendo flores as margens do Senna depois de um final de semana em Paris, afinal, de Londres a Paris são apenas 2 horas de trem. Imaginei muitas outras coisas, coisas que pensando bem hoje, me conhecendo um pouco melhor, eram bem chatas.

Não me arrependo não, veja bem, não me conhecia muito aos 21 anos mas tinha uma certeza indescritível de que se eu não me jogasse no mundo naquele momento, sem medos e sem amarras eu iria fazer isso em algum momento da minha vida, certeza! Melhor que não fosse aos 40, com filhos e uma carreira em um trabalho "estável", porém infeliz imaginando os "como teria sido". Pois bem, meu ponto aqui é como sermos e agirmos de maneira sincera a cada passo na vida, em cada momento.

Não há problema algum em se imaginar em cenas incríveis, aliás sou uma grande aliada das teorias da visualização criativa. O problema é quando as histórias que você se conta são irreais. Irreais a seu respeito. Porque se você não se conhece você imagina que pular de para quedas deve ser o máximo quando na verdade é apavorante e nada agradável. Sim, as vezes precisamos fazer algumas coisas pra ter certeza se gostamos ou não, mas na maioria das vezes é só parar e se escutar um pouquinho, sério só um pouquinho, que a resposta é certeira.